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Palatoplastia

Palatoplastia

A palatoplastia é uma cirurgia indicada em casos de fendas na parte superior da boca

A palatoplastia é a cirurgia de correção do palato, estrutura também conhecida como céu da boca. Malformações nessa região provocam roncos, pigarros, engasgos, apneia do sono e principalmente distúrbios de fala. A condição mais comum que necessita dessa intervenção cirúrgica é a fissura labiopalatina, conhecida popularmente como lábio leporino.

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O que é uma fissura palatina?

A fissura palatina é uma malformação congênita do céu da boca. Isso significa que o bebê já nasce com essa área dividida devido a um defeito embrionário, que ocorre até a 12ª semana de gestação. Como se trata de uma área interna, a condição costuma ser identificada apenas após o nascimento.

Existe também a fissura labiopalatina, quando os lábios apresentam o corte de separação assim como no céu da boca, o que pode ser identificado durante os exames na gravidez.

Os procedimentos para a reconstrução em cada uma dessas regiões costumam ser feitos de forma separada, sendo possível corrigir a abertura da fenda labial antes da correção da abertura do palato.

Causas da fissura palatina

A fissura palatina é uma das malformações congênitas da face mais comuns. Um bebê a cada 650 nasce com esse problema, de acordo com o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, da Universidade de São Paulo.

Como as estruturas faciais são formadas separadamente nas primeiras semanas da gestação e posteriormente unidas, quando acontece alguma falha na fusão, o resultado é a fissura. As causas são incertas, mas alguns hábitos durante a gravidez são associados como fatores para o desenvolvimento desse quadro. São eles:

  • Consumo de bebidas alcoólicas;
  • Cigarro;
  • Uso de medicamentos, como corticoides.

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Indicações para palatoplastia

No geral, a palatoplastia é indicada para resolver problemas no céu da boca, estando relacionada aos bebês que nascem com malformações. Assim, é recomendada que a operação seja realizada entre os 12 e 24 meses de idade para evitar uma cirurgia precoce que atrapalhe o crescimento dos ossos.

Ao mesmo tempo, também não é aconselhado permanecer um longo período sem fechar a fenda para não impactar atividades cotidianas, principalmente a fala. Como o bebê passa por diferentes etapas na aprendizagem da fala, a demora também reflete no atraso dessas cognições.

Tipos de palatoplastia

A palatoplastia é a nomenclatura da cirurgia reparadora de correção da fissura do céu da boca, mas ela pode ser feita seguindo metodologias diferentes, dependendo da avaliação do especialista sobre as características individuais do paciente, sendo as mais comuns:

Técnica de Furlow

Mais usada em casos de fendas submucosas, ou seja, quando a formação está na estrutura mole do céu da boca, mais próxima da garganta. O procedimento alonga essa parte sem a necessidade de cortes nas laterais e retrações cicatriciais longitudinais.

Técnica Von Langenbeck

Essa técnica é utilizada nos casos de fendas completas ou incompletas do palato havendo ou não fissura labial ou comprometimento alveolar. Ela não está relacionada ao aumento do palato, sendo associada frequentemente a outras intervenções.

Palatoplastia de dois retalhos

Alguns cirurgiões realizam a palatoplastia de dois retalhos para obter um fechamento mais completo da região anterior da fenda.

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Como é feita a cirurgia de palatoplastia?

A cirurgia de palatoplastia contempla o fechamento do palato duro, parte da frente do céu da boca, e do palato mole, região próxima à garganta. Mas o procedimento pode ser dividido em duas vezes, dependendo da avaliação médica.

Além de ter a idade recomendada para a realização da palatoplastia, é preciso fazer exames que atestem a saúde do paciente, assim como ficar em jejum de 8 horas antes do procedimento. A cirurgia é feita com anestesia geral e dura em média uma a duas horas, variando de acordo com as especificações do paciente.

Dependendo da técnica usada para a palatoplastia, o passo a passo é alterado. No geral, o cirurgião plástico faz uma incisão em ambos os lados da fenda movendo os tecidos para a área central, unindo os músculos e as mucosas para reconstruir o céu da boca.

Cuidados pós-operatórios

É preciso seguir alguns cuidados após a palatoplastia para garantir a cicatrização e a recuperação do paciente.

Proteger a lateral do berço com materiais macios impede acidentes que possam lesionar o local da cirurgia. O mesmo cuidado deve ser aplicado aos brinquedos, eliminando aqueles mais duros e pontiagudos, além de atividades de impacto, como bicicleta e esportes com bola, quando a criança é operada mais tardiamente.

Também é necessário elevar a cabeceira do berço para auxiliar na respiração, evitar visitas, tumultos, o uso de chupetas e mamadeiras. O médico orienta quanto à medicação e à forma correta para limpar a região, prevenindo infecções. Fora isso, é preciso fazer repouso, não forçar a voz e não consumir alimentos duros, ácidos e quentes.

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Resultados e qualidade de vida

Antes da palatoplastia, o bebê pode se engasgar com o aleitamento materno, especialmente se estiver deitado, porque o leite pode subir e atingir o nariz. Em muitos casos, ele não consegue sugar por não ter o apoio do palato mole para realizar a movimentação adequada.

Devido a dificuldades como essa, a nutrição e o desenvolvimento do bebê podem ser comprometidos. Distúrbios da fala e da audição também são comuns no quadro de fissura palatina. É esperada uma melhora na qualidade de vida do paciente após a palatoplastia, já que o método diminui a dificuldade para comer e falar.

O paciente precisa de acompanhamento médico multidisciplinar antes e depois da palatoplastia. O médico responsável pela operação verifica o processo de cicatrização e se não houve qualquer complicação, enquanto os outros especialistas tratam condições originadas pela fissura.

Isso significa que, mesmo após a palatoplastia, devem ser mantidas consultas com profissionais, como fonoaudiólogos, para aprender e reabilitar as funções de fala e da boca. Além disso, como a deformidade é congênita, podem existir malformações em outras partes do corpo também, o que deve ser investigado.

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Fontes:

Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

Ministério da Saúde